Introdução
Este ensaio apresenta uma breve reflexão sobre os modos de menstruar entre as mulheres indígenas do povo Karipuna. Um povo que vive em vinte e oito aldeias localizadas ao longo do Rio Curipi, Rio Oiapoque e BR-156 nas Terras Indígenas Uaçá, Galibi e Juminã, no município de Oiapoque, no norte do estado do Amapá. Nestas Indígenas e em demais aldeias, também vivem os povos Galibi Marworno, Palikur-Arukwayene e Galibi Kali’na. Este texto amplia reflexões que surgiram após a publicação de dois artigos, nos quais fui autora, o primeiro intitulado “Sangue menstrual e sociedade Karipuna do Amapá” e o segundo intitulado “Sangue feminino: Quando as mulheres Karipuna encontram com a lua” (Primo dos Santos Soares, 2019, 2023). O objetivo destas reflexões é tecer na escrita um resumo que trate das explicações sobre as dimensões criativas e de cuidado que existem a partir da menstruação nos modos de existir do povo Karipuna. A intenção é demonstrar como a menstruação é um veículo de intercâmbio com outros mundos, um veículo de comunicação que cria contextos, corpos, sentimentos, cuidados, doenças e redes de parentesco. Suscitando paixão, amor, saudades, raiva e nojo.
É importante explicar, que sou uma mulher indígena Karipuna, que vivencia os modos de menstruar de meu povo de origem em uma das maiores cidades da Amazônia brasileira, a cidade de Belém, no estado do Pará. Fator que demonstra que os conhecimentos de nosso grupo, tem implicações para os corpos mesmo quando em movimento por outros territórios. Nossas territorializações são em Oiapoque, nas aldeias, Terras Indígenas e suas águas. Mas, os conhecimentos aprendidos nos acompanham pelo chão mundo.
Os conhecimentos que formaram os artigos publicados anteriormente (Primo dos Santos Soares, 2019, 2023) e os publicados neste novo texto, são conhecimentos coletivos, alguns são histórias que nos são passadas ao longo das gerações pelas pessoas mais velhas. Chamadas de antigas e antigos. Outras são vivências que mulheres de gerações anteriores às minhas ou de minha geração compartilharam comigo sobre a menstruação. Relações que englobam os intercâmbios entre as mulheres e os karuãnas intermediadas pelo sangue menstrual. Compreendo por intercâmbio as redes de troca entre mulheres e estas entidades. Aliás, menstruação é uma palavra na língua portuguesa, que para os povos indígenas é uma língua outra. No kheuol, a língua do povo Karipuna, a menstruação, é chamada djispoze e/ou lalin. A segunda palavra, em tradução literal, significa estar de lua. Minha mãe, Suzana, explica, que quando menstruada minha avó materna, Delfina, uma parteira e artesã Karipuna, tinha o costume de afirmar pro lalin, estou de lua. Suzana, explica que a menstruação se adequa às fases da lua, a partir da questão de que o sangue é um fluido líquido e que a lua exerce influência sobre as águas. Portanto, a menstruação é estar com a lua, sincronizada com ela. A lua exerce suas influências sobre os corpos femininos das indígenas do indígena em que nasci.
Dimensão criativa da menstruação
O sistema Karipuna, ou seja, o modo como o universo está organizado dentro dos conhecimentos deste povo indígena, divide o mundo em duas metades, o Visível e o Invisível (Outro Mundo). Metades estas, que são dependentes uma da outra e que coexistem. O visível, é tudo aquilo que os olhos humanos conseguem enxergar. Sejam olhos indígenas ou olhos não indígenas. O mundo visível é perceber os bichos como bichos e não como pessoas. Já o mundo Invisível, é onde os karuãnas, que são bichos, comportam-se como gente. É um mundo que olhos comuns não podem enxergar. Neste mundo Invisível, para os karuãnas, eles próprios são pessoas, enquanto, nós humanos, somos macacos. Os karuãnas podem viver nas florestas, habitando em espécies vegetais, pedras e cavernas. Podem morar nas roças em cidades que existem dentro dos rios e igarapés ou casas que estão dentro de olhos d’água. Também, podem morar no espaço sideral e serem constelações. Seus territórios são a mata, as águas e o céu. Mas, dentro das aldeias também podem existir caminhos por onde passam karuãnas. Estes caminhos são revelados para pessoas que têm o dom de sonhar, de ver ou ouvir estes encantados, são pessoas que têm o dom para a pajelança. Porém, os karuãnas não são todos iguais, karuãna, é uma nomenclatura que engloba uma diversidade de seres, entre os quais destacam-se Warukamã (estrela D’alva), Laposiniê (cobra ou constelação das plêiades), Kuahí (peixe sobrenatural), Hohos (seres coberto de cabelos que dão origem às crianças gêmeas), Aramari (cobra grande), Yakaikani (indígena que virou cobra grande), Ghã papa Chapo (pai da mata), mães dos lugares, mães d’águas, matintas-pereiras e espécies como macacos, pássaros, jacarés, espadartes e urubus.
Os karuãnas se afiguram como bichos, mas, vêem-se e pensam que são gente. Eles também se afiguram como cânones científicos. São percebidos pelos Karipuna e por demais povos da região de Oiapoque como médicos e cientistas que conhecem as curas das doenças do corpo e do espírito. Cada pajé Karipuna possui uma determinada quantidade de karuãnas, estes podem ser poucos ou muitos. Quanto mais karuãnas um pajé possui, mais forte este pajé é. Os mais velhos do povo Karipuna, afirmam que pessoas que são pajés possuem um espelho Invisível nas costas, onde estão seus zami karuãnas, seus amigos karuãnas. Pajés e karuãnas tem uma relação de amizade e nesta relação de amizade intercambiam por um lado curas para doenças, grafismos, lugares bons para plantar e morar, até festas do turé, que são um ritual dos povos indígenas de Oiapoque realizado sob orientação dos karuãnas pelo ou pela pajé com uma comunidade. Pajés comunicam-se com os karuãnas por meio de xitotós, que são cantos; através do balançar do maracá; da fumaça do cigarro de tawari e através dos sonhos. Teço esta explicação sobre quem são os karuãnas com relação aos pajés. Porque, a relação destes dois sujeitos, é uma relação que em si, tem dimensões de criação. Sendo as relações de criação e intercâmbio entre estes dois determinantes para chegarmos às questões das relações das mulheres com os karuãnas, intermediadas pelo dijspoze.
As mulheres mais velhas e pajés, orientam as mulheres mais jovens do povo Karipuna a manterem resguardos com relação ao djispoze. Nestes resguardos, quando menstruadas, as mulheres não devem tomar banho nos rios e entrarem nas matas. Se for necessário andar de canoa ou de motor para se deslocar entre aldeias ou cidade, já que nossos caminhos são os rios, orienta-se que as mulheres andem com dentes de alho nos bolsos. Pois, o cheiro do alho é tão forte para os karuãnas que camufla o cheiro do sangue menstrual e as permite deslocarem-se para exercerem suas atividades cotidianas. O sangue menstrual é um veículo de comunicação com outros mundos. Um veículo perigoso, pois, os karuãnas entendem que o sangue é como perfume ou como um veneno e sujeira. O sangue menstrual como veículo de comunicação entre mundos cria sentimentos nas relações entre mulheres e karuãnas. Se sentimentos entre os humanos, pode ser algo que gere perigo, pois, criam intencionalidades, neste caso, com os karuãnas sentimentos são sempre perigosos.
Os karuãnas podem ter contato apenas com o odor do sangue menstrual ou por meio de contato direto, quando a mulher mergulha na água, que é morada do karuãna. Um karuãna, ao sentir o cheiro do sangue menstrual em uma mulher ou ao ter contato com ele, começará a ter sentimentos com relação a ela. Se perceber o sangue menstrual como perfume o sentimento será de paixão. Desejará namorar, casar e ter filhos com ela. O karuãna toma a iniciativa de um relacionamento de casal para com uma mulher humana. A mulher pode não corresponder aos sentimentos do karuãna ou pode começar a sentir paixão e vontade de se juntar a ele no mundo Invisível. Começa a ter sonhos com ele e com o Outro Mundo. Pode, também, passar a ter o dom de o enxergá-lo quando acordada. Se o karuãna percebe a menstruação como veneno e sujeira passa a sentir raiva da pessoa que entrou menstruada na água, na mata ou na roça, pois, entenderá que a pessoa quis fazer mal a ele e a sua morada. Neste caso, ele adoecerá a mulher. Cabendo em ambos os casos ao pajé conversar com o karuãna, para convencê-lo ou impedi-lo de levar a mulher menstruada para o Outro Mundo ou adoece-la. O/A pajé faz um acordo com o karuãna.
Em artigos anteriores na dimensão da paixão e do amor, mencionei histórias em que mulheres Karipuna foram levadas ao Mundo Invisível pelos karuãnas. Mas, resgatadas pelo pajé. Ao ser resgatada do Outro Mundo, uma mulher Karipuna de nome Catarine teria voltado com a pele semelhante a escamas de cobra. Pois, o karuãna que a levou era este bicho. É mais comum que as cobras sejam mais afetadas pelo djispoze. A relação da mulher com o karuãna e seu mundo, pode fazer com que troque de pele e se torne um outro, semelhante ao karuãna. Há o caso de uma criança de meu grupo étnico, que por conta de marcas na pele, as pessoas afirmam ser filha de uma cobra.
A menstruação, também, cria possibilidades de parentesco e efetivação de laços de parentesco. As possibilidades são quando o karuãna tenta que a mulher que foi encantada seja sua esposa e a efetivação, quando tem filhos com esta mulher. Os karuãnas engravidam mulheres menstruadas, não por meio do ato sexual, mas, de encantamento que lançam sobre elas.
Porém, as mulheres que engravidam de bichos são mulheres solteiras ou casadas? Isto oculta casos de violência sexual? Nunca presenciei mulheres e demais pessoas de meu povo afirmarem que casos de violência sexual foram ocultados por histórias que envolvem karuãnas. Os karuãnas são entidades pelas quais temos respeito, como dizem os mais velhos do povo Karipuna. Mulheres menstruadas solteiras ou casadas podem engravidar de bichos. Mas, como identificamos uma criança filha de karuãna? São filhos de bichos crianças que nascem com alguma enfermidade, com marcas na pele que se assemelham às marcas da pele de um animal, crianças gêmeas e crianças que nascem com o dom para a pajelança.
As crianças que são filhos de bichos têm dois pais, o bicho e o pai biológico, companheiro da mãe, que também a engravidou junto com o bicho. Quando pessoas filhas de bichos morrem, diz-se que o pai karuãna estava com saudades e levou o filho para morar junto dele. Logo, se para com as mulheres, os karuãnas poderiam sentir paixão, amor (e consequentemente saudades da mulher amada), raiva e nojo. Para com os filhos sentem amor e saudades.
Uma parenta Karipuna, contou-me que os karuãnas, podem mexer com mulheres Karipuna menstruadas mesmo na cidade, fazendo com que elas percebam suas presenças através de objetos que se movimentam dentro da casa ou por meio de sonhos. Os karuãnas buscam a presença daquela mulher, mesmo fora do território. Quando jovem minha mãe me advertia sobre os perigos da minha menstruação, mesmo eu morando fora da aldeia e em uma cidade muitíssimo distante de Oiapoque. Ela busca me orientar sobre como os karuãnas poderiam me capturar por intermédio da menstruação, mesmo neste outro lugar.
Mas, fora da dimensão da relação com os karuãnas, a menstruação também cria gênero e corpo de outras formas. Menstruar significa, que a pessoa Karipuna tornou-se mulher e pode começar a decidir se irá casar-se ou não, ter filhos ou não, se um dia fará faculdade, em que deseja trabalhar. Com a menstruação começa um amadurecimento para a vida adulta. Logo, a menstruação é também uma forma de autonomia e empoderamento.
Dimensão do cuidado com o corpo e com o território
A menstruação da mulher Karipuna é uma forma de cuidado com a saúde do corpo feminino. É um período de resguardo para que a mulher não exerça grande esforço e possa descansar de atividades de trabalho que poderia exercer nas roças com o cultivo, nos rios com a pesca e nas matas ao manejar espécies. Se os karuãnas são como médicos, para os Karipuna o/a pajé, também, o é. Por isso, ele orienta a mulher com relação ao djispoze. Outro especialista do território são sopradores. De acordo com Janina dos Santos Forte, liderança e pesquisadora linguista do povo Karipuna, existe uma espécie de sopro para cuidar do corpo quando a pessoa passa pelo caminho de uma mulher menstruada, chamado djisã, palavra que em kheuol significa sangue (Forte, 2017). Há também, as parteiras que cuidam da saúde do corpo de gestantes e crianças recém-nascidas. Também, cuidado da saúde da mãe do corpo da mulher Karipuna, uma força, que é associada ao útero e bem-estar feminino (Tassinari, 2021).
Ainda na dimensão dos resguardos, uma tia materna contou-me que mulheres menstruadas não podem tingir as cuias com a tinta kumatê, uma tinta natural na cor preta. Pois, não pega nas cuias que são pintadas por mulheres que estão de lua. Esta mesma tia, também me relatou que as mulheres menstruadas não podem realizar o processo de extração de óleos, a exemplo do óleo da andiroba (carapa guianensis), pois, este apodrece se manipulado pela mulher em seu período menstrual. Na festa do turé, mulheres menstruadas não podem participar. Havendo uma exceção, se comunicarem ao pajé, este ou esta pode as defumar, para que participem. Neste caso a fumaça camufla o cheiro do djispoze, deixa o cheiro do sangue menstrual Invisível a seres do Outro Mundo. Mulheres menstruadas também não podem fazer o caxiri, bebida que é servida durante o turé para as pessoas e karuãnas.
São uma série de restrições, que mulheres não indígenas, ao se depararem, já expressaram para mim que seriam violências de gênero. Se você conversar com uma mulher Karipuna, elas não vão compreender tudo isto como violência de gênero, mas, como cuidados que se deve ter para evitar o adoecimento do corpo e que também passam por um cuidado com outros seres e território. É um cuidado com a biodiversidade e os ecossistemas. Se você é uma pessoa Karipuna que menstrua você pode trabalhar, estudar, participar ativamente do movimento e da política indígena, ser cacica e pajé, fortalecer o que as próprias mulheres indígenas chamam de empoderamento. Estes são interditos específicos que não condicionam a mulher a um isolamento e a restrições do desenvolvimento do seu potencial criativo, intelectual e profissional.
A menstruação traz a questão do cuidado com o território e suas águas. Uma preocupação com a limpeza e a não poluição, que vai para além da menstruação. A cosmologia Karipuna explica que no território sempre se deve pedir licença ao entrar e retirar algo da mata, ao caçar e ao pescar. Como Karipuna, entendemos que todos os lugares possuem karuãnas que são suas mães. Uma parenta Karipuna contou-me de uma vez em que uma amiga menstruada sentiu vontade de urinar no meio do mato. Agachou-se para praticar o ato e neste momento sentiu um sopro no ouvido, o qual seria um karuãna chamando-lhe a atenção para não urinar menstruada naquele lugar. Não o sujar.
Ao conversar com antropólogas não indígenas que fizeram pesquisas na região de Oiapoque, elas também me relataram que mesmo não sendo indígenas eram orientadas a não tomarem banho de rio e a não irem a lugares como roças e matas. Nisso percebemos uma ampliação do modo de vida Karipuna com relação a menstruação alçando outras mulheres, que também podem ter suas menstruações capturadas pelos karuãnas e seus sentimentos.
Considerações finais
A menstruação para as Karipuna, tem a ver com a criação de gênero de um amadurecimento e empoderamento a partir da menarca. Pois, com a menstruação passam a tornarem-se adultas com o vislumbre de uma vida que pode incluir relacionamentos amorosos e constituição de famílias, oportunidades e motivações para estudos e trabalhos. Antigamente no povo Karipuna ao menstruar as mulheres se casavam. Hoje, elas podem casar ou seguir outros caminhos em potencial. Incluindo o de serem lideranças indígenas, pois, antigamente, as lideranças eram sobretudo masculinas. As mulheres também são pajés, ao conversar com uma pajé Karipuna ela comunicou que a quantidade de mulheres com o dom para a pajelança vem se tornando expressivo.
O djispoze tem relação com o descanso e saúde do corpo feminino e com a possibilidade de criação de subjetividades e famílias com os karuãnas. Podendo se tornar o outro, o que se reflete nas texturas de sua pele e na de seus filhos. A menstruação quando relacionada com o karuãna cria pessoas e parentes. A menstruação faz com que vejamos o karuãna que nos enamora ou que nos detesta nos sonhos. Cria diferentes sentimentos e adoecimentos. Cria diálogos e acordos entre pajés e seus zami.
Entre os homens, o contato com a menstruação da mulher cria a panema ou azar ao caçar, pescar e trabalhar. Não elaborei a dimensão da panema neste artigo por já ter trabalhado em publicações anteriores (Primo dos Santos Soares, 2019, 2023). Cria também uma paternidade compartilhada.
Para os karuãnas tem a ver com sexualidade, sensações, sentimentos, vontades, parentesco, comunicação com os pajés e cuidados com o território; tem a ver com a sua saúde e limpeza de suas casas. O ato de não sujar a casa dos bichos e pedir licença ao entrar nelas ou retirar algo destes lugares, tem reflexos maiores na questão de que hoje os povos indígenas de Oiapoque (grupo que engloba Karipuna, Galibi Marworno, Palikur-Arukwayene e Galibi-Kalinã) mobilizam-se para o manejo de espécies animais e vegetais para a preservação da existência destas dentro do território; para o fato de não compactuarem com a exploração de petróleo na Foz do Amazonas; e de discutirem pautas concernentes às mudanças climáticas. Cuidar do território e das vidas existe em diversos aspectos de nossa cosmologia.
O sangue, também, tem reflexos em outras afirmações Karipuna, como quando nos casamos com alguém de fora do grupo, mas, que mantém relações de reciprocidade e respeito para com nossos conhecimentos e modos de vida, diz-se que a pessoa que casou “derramou o sangue, mas, sem espalhar”. Misturou o sangue Karipuna com outro sangue, mas, sem permitir que si mesma ou mesmo e seus futuros filhos percam as raízes indígenas.
As relações com minhas amigas não indígenas foram sempre sobre quanta dor a menstruação pode ocasionar (Primo dos Santos Soares, 2023), mas, com minhas amigas e familiares Karipuna a dimensão é sobre quanta criatividade e cuidado a menstruação pode ter, sobre a dimensão de que temos nossas próprias tecnologias ancestrais de cuidado.
Referências:
PRIMO DOS SANTOS, Ana Manoela. Sangue feminino: Quando as mulheres encontram com a lua. In: Dossiê Corpo e menstruação na Amazônia indígena. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 31 (3), 2023.
PRIMO DOS SANTOS, Ana Manoela. Sangue menstrual e sociedade Karipuna do Amapá. Amazônica Revista de Antropologia, Belém. V. 11. 2019.
FORTE, Janina dos Santos. Lang dji pota-iela: A língua dos pota. 2017. 42 f. Trabalho de Conclusão de Curso em Licenciatura Intercultural Indígena – Universidade Federal do Amapá, Oiapoque, 2017.
TASSINARI, Antonella. A mãe do corpo: Conhecimentos das mulheres Karipuna e Galibi Marworno sobre gestação, parto e puerpério. Horizontes Antropológicos, 60 (1). 2021.
Ana Manoela Primo dos Santos Soares, também conhecida como Ana Manoela Karipuna, é indígena Karipuna. Doutoranda e Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Possui Graduação em Licenciatura em Ciências Sociais (UFPA, 2018). Especialista em Etnologia Indígena (FAVENI, 2023). Além disso, tem aperfeiçoamentos em Feminismos pela Escola As Pensadoras. Atualmente, é membro da Rede Latino-Americana de Antropologia Feminista das Ciências e Tecnologias (RAFeCT). Pesquisadora no projeto EDGES – Entangling Indigenous Knowledges in Universities, vinculado à Universidade Nova de Lisboa (NOVA), e no projeto “Os desafios da ciência intercultural: Autorias e coautorias indígenas e de comunidades tradicionais nas pesquisas em colaboração” do Museu Paraense Emílio Goeldi. Suas pesquisas se concentram na etnografia dos modos de vida das mulheres Karipuna, movimento de mulheres indígenas no cenário nacional e internacional, e curadorias indígenas. Desde 2016, tem realizado publicações sobre cuidados com a menstruação e direitos das mulheres indígenas.
Revista Sangro
Labirinto, Labjor, Unicamp
Junho de 2025